Barbieri vê Vasco em nível altíssimo e valoriza ajuda de Abel Braga: “Mais do que competente”
O Vasco venceu o Resende por 5 a 0, em São Januário – dois gols de Pedro Raul, um de Gabriel Pec, mais um de Lucas Piton e outro de Leo -, nesta noite de quinta-feira, pelo Campeonato Carioca. O resultado deixou a com oito pontos, na sexta colocação.
Na próxima terça-feira, o time de Maurício Barbieri enfrenta o Nova Iguaçu, às 21h10, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Após a goleada em casa, o treinador valorizou a atuação da equipe, mas abriu parêntese para homenagear Abel Braga, hoje diretor técnico do Vasco.
Mauricio Barbieri elogiou partida do Vasco contra o Resende — Foto: André Durão
– Quero exaltar uma pessoa que é fenomenal que se chama Abel Braga. Estou tendo privilégio de trabalhar do lado dele, porque além de ser humano incrível é treinador competentíssimo. A gente sentou na sala, eu estava junto aos analistas e começamos a debater o que ia fazer. A gente não mudou grande coisa, fez ajustes simples. Ele é um cara que ajuda demais e eu não ia me sentir confortável se saísse dessa sala sem fazer essa referência a esse profissional que acho que merece respeito de todos nós do futebol brasileiro como um todo, porque é mais do que vencedor. É mais do que competente e além de tudo é um ser humano especial – comentou Barbieri.
A resposta mais longa veio depois dele comentar que a atuação insuficiente para evitar a derrota na segunda-feira para o Volta Redonda – 2 a 1, em Cariacica – mostrava que não se pode colocar o time no inferno pelo penúltimo resultado e nem no céu pela goleada de quinta-feira.
– A maior certeza é de que estamos no caminho correto. Eu tenho batido nessa tecla. É um processo, algo que vai levar tempo. Da mesma maneira que quando o resultado não veio não estava tudo errado, agora não vamos levar tudo ao céu. Acho que fizemos jogo muito bom, de altíssimo nível. Desde 2014, se a informação que recebi está correta, o Vasco não tem placar como esse. Estamos falando de 10 anos. Então acho que isso demonstra o nível de atuação que tivemos e tivemos mais chance de fazer resultado ainda melhor. A gente está em período que temos tido pouco tempo de treinamento, então ajustes foram de posicionamento no campo, coisa rápida, de vídeo.
Melhores momentos
O treinador também comentou sobre mais uma boa partida de Gabriel Pec, que fez a jogada do primeiro gol de Pedro Raul e marcou bonito gol no segundo tempo. Ele respondeu sobre sua responsabilidade no crescimento do jogador, mas diminuiu a participação.
– Difícil responder qual é o meu papel. A maior responsabilidade é dele, essa vontade de crescer. É um menino que treina finalizações sozinho após os treinos, se precisar. É um garoto que tem demonstrado uma confiança incrível. O meu talvez seja ajudá-lo na função que ele exerce hoje, potencializar o que ele tem de bom, resolver algumas questões em que talvez ele seja mais vulnerável. Ele está em um nível excelente – comentou o treinador do Vasco.
Mais da coletiva de imprensa
Entrada de Rodrigo
– Acho que ele fez partida muito boa, muito segura, de nível muito bom. Não era só o Rodrigo que era da base, a gente tinha hoje mais de 50% dos relacionados hoje formados no Vasco. Alguns retornando como o Alex, mas muitos meninos também, tendo a primeira oportunidade no profissional. Quero ressaltar para voltar na questão de que ainda estamos formando o elenco, desenvolvendo, construindo esse grupo. Ele fez jogo muito bom, muito seguro. O Patrick não tinha condições de começar por questões físicas. A partir do momento que o Rodrigo tomou cartão amarelo preferi tirar para não correr risco de expulsão. Patrick entrou e fez bom jogo.
Qual a cara do Vasco?
– Falei após o primeiro jogo que ainda não era uma cara definitiva, era uma cara em formação. Acho que hoje a cara ficou mais bonita por conta do resultado (risos). Mas ainda está longe de estar pronta. Tivemos uma atuação fantástica, não deixamos o adversário criar em nenhum momento, tivemos várias oportunidades. A cada dia a gente espera estar melhor.
– A gente sempre imagina uma evolução linear. Mas não é assim, a vida não é assim, o esporte não é assim. Dentro dessa evolução vamos ter muitos altos e baixos. O importante é que a tendência sempre seja de crescimento.
Elogios ao árbitro
– Queria falar isso porque falei em tom crítico no último jogo. Hoje quero elogiar. Ele teve uma atuação fantástica. Já falei isso em outras oportunidades. Não sou amigo dele, mas acho o Bruno Arleu um árbitro de altíssimo nível. Ele demonstrou competência e atitude. Foi um grande acerto da escala, valoriza o campeonato.
Retorno de Orellano
– Eu acho que o Luca (Orellano) tem essa característica (do Arthur, do Bragantino, ex-jogador do Barbieri) ou algumas características parecidas a do Arthur. Ele tem algumas questões diferentes, ele gosta de flutuar um pouco mais, se movimentar um pouco mais. Não tem a questão da força física tão presente como o Arthur, de velocidade, de ser forte, mas tem técnica excepcional. O Luca hoje entrava na situação do Patrick de Luca de retorno, a gente tem que ter cautela em relação aos minutos. Nisso tenho tido parceria fantástica com o clube, com o pessoal do departamento médico. Temos tido conversa muito bacana, muito legal. A gente até conseguiu até acelerar sem correr riscos a volta deles. A ideia é que possa ir cada vez mais ter mais minutos e possa virar opção importante para a gente.
Incentivo a Alex Teixeira
– Acho que o Alex está em um caminho de evolução. Vai melhorar ainda mais. Acho que no primeiro tempo ele esteve um pouco mais apagado por conta do posicionamento do adversário. Tivemos que fazer alguns ajustes. Mas é um jogador que ajuda muito no dia a dia e tem condições de desequilibrar e ser decisivos. As palmas foram por conta do tanto que ele tem se entregado para ajudar a equipe.
Variações táticas
– As variações procuramos trabalhá-las às vezes até em função do adversário, em questões de características nossas mesmo. A ideia é que eles possam ocupar os espaços do campo onde se sentem melhor, onde conseguem render mais, mas tem a ver também com a estrutura de jogo do adversário. Onde consegue gerar superioridade, onde consegue gerar dúvida ao adversário, onde conseguem gerar dinâmicas que gerem desequilíbrio e possibilitem ter algumas vantagens. Elas podem ser de tempo, porque conseguimos explorar espaços na defesa. As vantagens podem ser técnica, se a gente consegue isolar jogador no um contra um com adversário. Como foi situação do Erick Marcus no final. Ele quando entrou estava indo muito para dentro e o Paulo Victor muito por fora. Eu falei: “joga você aberto para abrir o lateral e você vai ficar na situação de um contra um e deixa o Paulinho vir por dentro”. E acabou saindo o gol do Pedro Raul numa situação dessas. Então são dinâmicas que procuramos trabalhar e desenvolver em função dos adversários. É claro que quanto mais tempo, mais isso fica consolidado e mais possibilidades temos de numa mesma partida alternar. A gente ainda está nesse processo.
Três zagueiros?
– É uma possibilidade. Não existe uma única solução para um problema. E aí a gente tem que saber ter mais de uma solução ou ter soluções diferentes para o mesmo problema. Até porque os problemas não são todos iguais né. Então isso que a gente está tentando nesse início de trabalho: desenvolver soluções, desenvolver dinâmicas que ajudem a equipe e que possam fazer com que a gente sobressaia aos adversários.
Primeiro volante e paciência com Zé Gabriel
– O Zé é um menino, um jovem, tem se dedicado demais, treinou muito nas férias. Tem tido sua evolução, mas ainda não tem conseguido ter a consciência que ele pode atingir. Falo isso sem medo porque falei isso para ele. Entendi que não era o momento de continuar com o Zé, fiz a opção pelo Rodrigo, o Patrick De Lucca estava retornando, e eu não podia trazer três primeiros volantes para o jogo. É só isso. Rodrigo e Patrick entraram muito bem. São opções que ganhamos.
Pedido ao torcedor
– Foi meu primeiro jogo aqui em São Januário, foi uma atmosfera fantástica, o torcedor teve um papel importante. Mas eu queria pedir, e a imprensa tem um papel importante nisso. Muitas vezes a crítica vem de uma maneira desproporcional e acaba atrapalhando não somente a vida profissional, mas também a vida pessoal. São todos atletas, são todos jovens. A crítica ao profissional é válida. Mas quando vai para o outro lado é muito ruim. É um clube em formação, com jogadores jovens. Em algum momento não vão render tudo que podem. Que não tenhamos um julgamento definitivo, um rótulo, porque não vai ajudar nesse processo.
Nenê e Robson, quando voltam?
– Ele não teve lesão, teve desconforto, edema muscular. Conversamos aqui dentro e tinha risco de evoluir para lesão. A expectativa é que ele possa estar de volta para o próximo jogo. O caso do Robson, ele sentiu incômodo no final do primeiro tempo no outro jogo. A princípio não era lesão, mas a gente tirou ele, fez exame, parece que tem edema também. Não sei se poderei contar com ele para o próximo jogo, mas a ideia é não correr risco. O que a gente conversou nesse início de temporada, a gente não quer riscos desnecessário e quer contar com eles por tempo maior. Claro que quero contar com eles todos sempre, mas é melhor perder um jogo do que cinco, sete, oito jogos.
Posição de GB
– Em relação ao GB, é um menino que vem treinando, queria vê-lo em campo. Ele entrou numa função atrás do Pedro, queria olhá-lo ali. É uma função que o Alex vinha fazendo, depois o Pec também fez, o Eguinaldo, que não entrou, tem ajudado a gente demais. Mas nesse momento não pesou quem está na frente, quem está atrás. Nesse momento pesou a característica e a possibilidade de olhar o GB atuando.
Fonte: GE