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Taxação de 25% dos EUA pode afetar produção de aço bruto em Minas Gerais, maior fabricante do país

Em 2024, o estado liderou a produção do metal no país, com 10 milhões de toneladas. A maior parte do aço que saiu de Minas Gerais foi para os Estados Unidos. ‘Tarifaço’ de Trump: os impactos das taxas sobre aço e alumínio para o Brasil
Minas Gerais é o maior fabricante brasileiro de aço bruto e semiacabado, segundo o Instituto Aço Brasil. Em 2024, o estado liderou a produção nacional, com uma fatia equivalente a 30,1% (10,2 milhões de toneladas) do setor no país.
Por isso, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) analisa os impactos da cobrança de tarifas de 25% sobre todas as importações do metal nos Estados Unidos. A medida entrou em vigor nesta quarta-feira (12), um mês após a assinatura de um decreto pelo presidente Donald Trump (entenda mais abaixo).
De acordo com a instituição, em janeiro de 2025, durante as primeiras ameaças tarifárias do governo norte-americano, o aço brasileiro bateu o recorde de exportações para os EUA dos últimos quatro anos.
Neste período, foram exportadas 531 mil toneladas da matéria-prima, número que corresponde a mais de 56% se comparado com a média mensal de 2024.
No mesmo mês, o total das importações de aço pelos norte-americanos foi o maior dos últimos três anos, alcançando 2,8 milhões de toneladas.
“É uma suspeita que a gente tinha, de que realmente as empresas americanas fariam esse estoque de aço em razão das ameaças de aumento da tarifa, e isso correspondeu”, destacou Verônica Winter, analistas de negócios internacionais do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fiemg.
A Fiemg também ressalta que, por se tratar de uma taxação aplicada a todas as economias e não somente à brasileira, o cenário colocaria os países em condições de concorrência mais equilibradas. No entanto, tudo depende das negociações bilaterais entre o país norte-americano com o Brasil.
“Entendemos que a negociação é o melhor caminho para Brasil e EUA neste momento. Se houver um acordo, a tendência é de que a exportação de aço brasileiro aumente para os Estados Unidos, com um cenário positivo. Entretanto, se o bom senso não prevalecer, haverá consequências para parte da indústria siderúrgica nacional, especialmente a mineira”, afirmou o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe.
Em 2024, o Brasil ficou em segundo lugar entre os países que mais exportaram aço para os EUA, com quatro milhões de toneladas — o maior volume desde 2017, quando chegou a 4,6 mi.
Na última terça-feira (11), o presidente Lula (PT) visitou o Polo Automotivo Stellantis, da Fiat, na Grande BH, e, em seguida, conheceu as obras de expansão da siderúrgica Gerdau, em Ouro Branco, na Região Central de Minas. Durante um discurso, ele “pediu respeito” a Donald Trump.
“Não adianta o Trump ficar gritando de lá, porque eu aprendi a não ter medo de cara feia. Fale manso comigo, fale com respeito comigo, que eu aprendi a respeitar as pessoas e quero ser respeitado”, declarou o presidente Lula.
Taxação nos EUA
Em fevereiro, Donald Trump assinou um decreto que impõe tarifas de 25% para todas as importações de aço e alumínio para os Estados Unidos a partir de 12 de março.
A medida, que deve atingir em cheio o setor siderúrgico de grandes parceiros comerciais dos EUA, como o Canadá, México e Brasil, faz parte de uma das principais promessas de campanha de Trump: a taxação de produtos estrangeiros para priorizar a indústria norte-americana.
“Nossa nação precisa que o aço e o alumínio permaneçam na América, não em terras estrangeiras. Precisamos criar para proteger o futuro ressurgimento da manufatura e produção dos EUA, algo que não se vê há muitas décadas”, disse Trump.
Especialistas ouvidos pelo g1 afirmam que o principal efeito da cobrança será a diminuição das exportações para os norte-americanos. Além disso, o cenário traz desafios para o setor siderúrgico, que terá que redirecionar suas vendas ou, no longo prazo, diminuir a produção.
Entre as empresas que têm fábricas instaladas no Brasil, os reflexos devem ser diversos. De um lado, estão as companhias com maior atuação no mercado de exportação — e que podem sair prejudicadas, com queda no volume exportado.
Do outro, estão aquelas cujo peso das exportações é menor, tendo o impacto suavizado. Nesses casos, os desafios ficam com a mudança do mercado interno, diante do possível aumento da oferta de produtos aqui no país — o que tende a baixar preços e reduzir as margens das companhias.
Tarifas de 25% sobre aço e alumínio entram em vigor nos EUA; entenda os impactos para o Brasil
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