Com o aumento de um ponto percentual anunciado nesta quarta-feira (19), a taxa básica de juros chegou ao maior nível desde outubro de 2016 e se igualou ao nível da crise econômica do governo Dilma Rousseff, que sofreu impeachment em agosto daquele ano. Copom aumenta taxa básica de juros para 14,25% ao ano; nível é o mais alto desde 2016
Nesta quarta-feira (19), o Comitê de Política Monetária do Banco Central aumentou a taxa básica de juros no Brasil em um ponto percentual – para 14,25% ao ano.
Foi a quinta vez seguida que a reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central terminou com a decisão de aumentar a taxa básica de juros do país. A decisão desta quarta-feira (19) foi unânime entre todos os integrantes do Copom. O aumento de um ponto percentual já era amplamente esperado porque havia sido indicado nos comunicados das últimas reuniões do comitê. O que os analistas mais esperavam era o comunicado desta quarta-feira (19) que vem junto com a decisão, e ele trouxe algumas indicações dos próximos passos do Banco Central.
O Copom disse que “o ambiente externo permanece desafiador em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente pela incerteza acerca de sua política comercial e de seus efeitos”. É uma referência às decisões de Donald Trump de elevar as tarifas de importação de produtos de outros países.
Copom aumenta taxa básica de juros para 14,25% ao ano; nível é o mais alto desde 2016
Jornal Nacional/ Reprodução
Sobre o cenário do Brasil, a avaliação do Copom é que os “indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho têm apresentado dinamismo, ainda que sinais sugiram uma incipiente moderação no crescimento”. Mas que a inflação está acima da meta – de 3% neste ano (com tolerância para que chegue a até 4,5%); e que, “se confirmando o cenário esperado”, o comitê indica que ainda vai subir os juros na próxima reunião, mas com uma alta menor do que a desta quarta-feira (19).
Com o aumento de um ponto percentual anunciado nesta quarta-feira (19), a taxa básica de juros chegou ao maior nível desde outubro de 2016 e se igualou ao nível da crise econômica do governo da ex-presidente Dilma Rousseff, que sofreu impeachment em agosto de 2016.
Hoje, o mercado financeiro estima que a inflação de 2025 ficará em 5,66% – ou seja, estouraria a meta.
“É impossível comparar o momento atual da taxa de juros com o aumento que foi verificado no governo da ex-presidente Dilma. O que você tem é um processo de oscilação da taxa de juros que se deve a motivos outros. A gente não pode vincular automaticamente uma coisa à outra. O que a gente tem visto é um esforço gigantesco do Banco Central de controlar as expectativas de inflação. E mais do que isso. Ele subiu em 100 pontos base. Ele já avisou, vai aumentar mais ainda”, diz o economista André Perfeito.
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