CBF faz 1ª reunião do grupo de trabalho sobre fair play financeiro com a presença do Vasco
A CBF deu início nesta segunda-feira (11) às discussões para a criação do primeiro Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF) do futebol brasileiro. A programação, realizada no hotel Grand Hyatt, reuniu representantes dos 34 clubes e 10 federações inscritos para compor o Grupo de Trabalho (GT) que construirá coletivamente a proposta. O modelo de fair play financeiro será apresentado no CBF Summit, em 26 de novembro.
Desenvolver um sistema de fair play financeiro para o futebol nacional é um dos temas considerados urgentes na gestão do presidente Samir Xaud, que conseguiu, em menos de três meses de gestão, colocar de pé a primeira reunião do Grupo de Trabalho. “Fico muito feliz de estar dando esse pontapé inicial, um passo importante com 78 dias de gestão. Esse grupo vai definir o cenário do futebol brasileiro nos próximos anos. O que queremos é construir um ecossistema financeiro do futebol autossustentável, onde a gente sane as dívidas e tenha um futebol limpo, sem o dopping financeiro. Só quem ganha com isso é o futebol brasileiro como um todo”, disse Xaud.
Entre as principais preocupações da CBF com o panorama financeiro do futebol, está o fato de que, por mais que os clubes estejam fazendo investimentos maiores a cada temporada, nem sempre estes investimentos são acompanhados pela geração de receitas, causando um déficit que, se não combatido, pode prejudicar todo o cenário do futebol.
O Presidente deste Grupo de Trabalho será Ricardo Gluck Paul, vice-presidente da CBF e presidente da Federação Paraense de Futebol, que acumula ainda uma passagem como presidente do Paysandu. “É um evento histórico para a CBF. Primeiro por enfrentar o tema com coragem, pois a necessidade de controle de gastos é urgente. A CBF se apresenta com um compromisso com o diálogo amplo e inédito no sentido de colocar federações e clubes, e os outros entes da discussão numa mesma mesa de trabalho. Como ex-presidente de clube e presidente de federação posso afirmar que é algo histórico”, disse Gluck Paul.
A adesão maciça ao Grupo de Trabalho proposto pela CBF é outro indicador da urgência do tema. Ao todo, 34 clubes e dez federações fazem parte da iniciativa. Para a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, o bom andamento deste projeto pode definir novos rumos para o futebol nacional. “A adesão que vermos hoje demonstra a urgência do tema e a credibilidade do presidente Samir Xaud, que quando foi eleito se comprometeu a estudar o tema e colocar em prática um modelo de solução. Não dá para pensar em uma Liga, por exemplo, sem resolver este tema. O fair play financeiro pode tornar nosso futebol mais igualitário”, disse Pereira.
Um dos convidados pela CBF para o evento foi Sefton Perry, que chefia o Centro de Análise e Inteligência da Uefa. Em sua fala, Perry ressaltou a importância de que o modelo que será desenvolvido pelo GT respeite as particularidades do cenário do futebol local – e que se aprenda com os erros que os modelos europeus tiveram no momento da implantação.
“A coisa mais importante é ter um grupo de trabalho adequado e descobrir exatamente o que se encaixa no futebol brasileiro e então persistir nisso. Se você persistir, se for configurado da maneira certa e bem estruturado, pode realmente ajudar a chegada de investimento no Brasil e aumentar a confiança no futebol brasileiro”, disse.
Da Série A, Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Ceará, Corinthians, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Grêmio, Internacional, Juventude, Mirassol, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo, Vasco e Vitória marcaram presença na reunião. Da Série B América-MG, Athletic, Athletico-PR, Avaí, Chapecoense, CRB, Ferroviária, Goiás, Novorizontino, Paysandu, Remo e Volta Redonda compareceram. As federações de Alagoas, Amapá, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe também estiveram presentes.
O evento foi concluído com um momento para discussão aberta entre os representantes dos clubes, que fizeram questão de reiterar o apoio e compromisso com o GT e a criação coletiva do modelo de fair play para implementação no futebol brasileiro. “Podemos adiantar que este modelo será apresentado no CBF Summit, em 26 de novembro”, concluiu Helder Melillo, diretor executivo da CBF e Relator do GT.
Fonte: CBF