Confira outros tópicos da entrevista coletiva de Fernando Diniz após Botafogo 1 (3) x (5) 1 Vasco

Fernando Diniz valorizou a classificação do Vasco às semifinais da Copa do Brasil. A equipe venceu o Botafogo nos pênaltis depois de um novo empate por 1 a 1 no tempo normal. O treinador afirmou que o time mereceu sair com a vaga e admitiu que sempre treina as cobranças, ainda que a chance de penalidades seja baixa.

— Tendo o recorte do que aconteceu nos dois jogos, acho que foi uma classificação muito justa. Jogamos melhor que o Botafogo em São Januário, até o gol não foi uma chance clara. Tivemos chance de vencer lá. Hoje foi mais equilibrado. Jogar aqui é muito difícil porque o campo modifica muito o jogo. Já é mais rápido por natureza e eles encharcam muito o campo para começar o jogo e depois no segundo tempo. Ganha outra dinâmica. O time foi inteligente para tirar a velocidade do jogo, principalmente nos minutos iniciais dos dois tempos. Dos 25 minutos do segundo tempo para frente, estávamos muito mais perto de fazer o gol do que o Botafogo — analisou.

Botafogo 1 (3) x (5) 1 Vasco | Melhores momentos | Quartas de final | Copa do Brasil 2025

— Mas o importante é que fomos para os pênaltis, coisa que treinamos sempre. Os caras não bateram apenas por casualidade. Sempre treino, minha vida inteira, qualquer adversário. Quando tem a mínima chance de ter a disputa, treinamos pênalti. Todos treinam. Foi uma vitória do trabalho de muita gente. Todos se doaram muito no DM para que o Tchê Tchê pudesse jogar, infelizmente ele se machucou de novo, e para o Paulo Henrique se recuperar. O Puma, que veio direto da seleção, foi muito importante. O Vasco é isso, um trabalho de muitas mãos. Do presidente, que passa por muitas mãos no CT e chega no torcedor, que é muito diferente. Maior patrimônio nosso, muito bom ver a torcida do Vasco feliz e quem mais merece isso são eles — completou.

Quis o destino que Robert Renan voltasse ao futebol brasileiro e logo tivesse a chance de superar um trauma. Há um ano e meio, o zagueiro perdia de cavadinha o quinto pênalti e virava o vilão da eliminação do Inter para o Juventude na semifinal do Gaúchão. Na estreia pelo Vasco, ele foi novamente escolhido para a cobrança decisiva e acertou.

— Eu tenho muitas coisas para falar dele. Você relembrou o lance do Inter que me marcou muito. Porque quando ele errou aquele pênalti, foi extremamente criticado. Jogador para a idade que tem tentar fazer aquilo, tem um lado positivo que tem muita personalidade. Ele tem mesmo. O que a gente vai trabalhar é essa personalidade não passar do ponto e se colocar no risco desnecessário. Aquele erro, eu vi um lado muito positivo daquilo tudo. Aquele dia eu tive muita vontade de trabalhar com ele, porque eu sabia o que ia acontecer dali para frente, e aconteceu. Garoto jovem, humilde, e o sistema do futebol acaba sendo muito opressor e limitando as chances do Robert Renan sozinho dar a volta por cima — lembrou Diniz.

— Aquilo ajudou ele vir para cá. E aquele incidente também ajudou a bater o pênalti. Porque na hora das cobranças, todo mundo tinha treinado. Eu tinha uma lista do primeiro ao 23º. Alguns tinham saído, eu fui escalando assim: os acostumados a bater, batem melhor, Vegetti, Rayan, se o Coutinho estivesse iria bater… Eles falaram que estavam bem para bater e fui colocando. E o Robert Renan foi o único que não tinha falado. Mas ele estava pronto para bater. Eu já tinha quatro, falei: “Robert, você bate o quinto”. E ele: “Está certo”, foi meio intuitiva, não foi algo que pensei muito. Ele merecia esse prêmio para ele, porque certamente sofreu muito no Inter. Aquilo podia atrapalhar muito a carreira dele, mas vai ser um fato gerador de coisas boas, força interior, e já começou a mostrar hoje da maneira que entrou e como converteu o pênalti. Acho que se fosse pensar, seria a melhor pessoa para bater o quinto pênalti, embora tenha sido uma coisa muito mais intuitiva do que pensada — concluiu.

Diniz valorizou as atuações da equipe nas partidas recentes e acredita que a virada de chave do Vasco já começou. Ele, porém, pediu maturidade e consistência para a sequência.

— Não sei se vai ser uma virada de chave ou não. Acho que já está acontecendo. Temos feito jogos muito bons. Tivemos um decréscimo de performance nos jogos do Juventude e do Corinthians, mas, fora isso, o time vinha muito bem. Fez um jogo bom contra o Botafogo, tinha feito aquela partida histórica contra o Santos. Acabamos sendo “penalizados” por ter jogado muito bem. Não soubemos absorver bem aquela vitória. Fizemos um jogo muito ruim contra o Juventude e um ainda pior contra o Corinthians. Conseguiu retomar rápido, contra o Botafogo jogamos bem. Aquele jogo em São Januário defensivamente a melhor partida comigo aqui no Vasco. Quase não oferecemos nenhuma chance. A única foi uma cabeçada no início do jogo. Contra o Sport oscilamos um pouco, mas fizemos uma partida tecnicamente boa, poderíamos ter vencido com mais facilidade. Hoje fez outro bom jogo. Muito sólido defensivamente jogando contra um adversário muito duro e em uma partida decisiva. Acho e espero que a gente tenha maturidade e seja consistente daqui para frente. Que a gente consiga manter performance, gostar desse sabor da vitória e continuar tendo bons resultados.

Com o resultado, o Vasco garante mais R$ 9,9 milhões em premiação. O clube de São Januário já havia faturado R$ 14.112.000 até as quartas de final. No total, são mais de R$ 24 milhões acumulados na atual edição da Copa do Brasil. A semifinal acontece apenas em dezembro, contra o Fluminense. O time volta a entrar em campo no domingo, às 20h30, contra o Ceará, em casa.

Veja outras respostas:

Matheus França

— A escolha do Matheus França, se a gente não colocar para jogar ele não vai ganhar ritmo nunca. Mas ele é o jogador da posição do Coutinho, que foi contratado para jogar. A gente podia ter feito outro tipo de alteração, mas eu achei que o Matheus, pelo que produziu nos treinos, pela expectativa que temos nele, pelo jogador que eu aposto muito que vai ser, contratação que temos muita convicção, e ele ganhando mais condição física vai produzir bastante. Jogador que em dois anos no Crystal Palace teve uma minutagem muito pequena, então é natural que sinta um pouco nesse reinício dele, se sentir mais travado, meio natural isso. Mas ele deu a contribuição dele e teve muita personalidade para bater o pênalti.

Robert Renan

— Robert Renan chegou antes do Matheus e tem treinado. Esse jogador que conheço há muito tempo. Todo mundo dizia para ele que devia jogar comigo, e diziam para mim que ele devia jogar comigo. Então, as características que ele tem, tem muito a ver com o que eu penso de futebol. Além disso, ele como pessoa, eu conheço um pouco da família dele, é um jogador que sempre quis trabalhar. Acho que tenho coisas a oferecer ao Robert, é só o início da nossa história. Acredito que ele vai produzir muita coisa aqui no Vasco. Talento, jogador diferente. De trás, é um dos grandes jogadores que apareceu nos últimos anos no Brasil. Tem tudo para ter uma carreira brilhante.

Arbitragem

— A arbitragem não quero falar. Acho que poderia ter prejudicado no pênalti que não foi dado no primeiro jogo. Na minha opinião um erro grosseiro, pênalti fácil de ser marcado. Já tivemos pênaltis contra a gente, como contra o do Juventude. Se aquele lance não foi pênalti, do Juventude muito menos. Mas hoje não vi a arbitragem interferir no jogo.

Tchê Tchê e Piton

— Os dois preocupam para o jogo (contra o Ceará). Piton teve entorse de tornozelo, está bastante inchado e dolorido, e o jogo está muito próximo. E o Tchê Tchê também não deve jogar. A gente acelerou, departamento médico fez um trabalho incrível para tentar recuperá-lo, estava se sentindo bem nos treinamentos. E o Tchê Tchê nunca tinha tido lesão muscular na carreira. Então, do feeling de poder devolver os feedbacks ao departamento médico é um pouco difícil no caso dele. A gente arriscou, e infelizmente ele sentiu a mesma lesão.

Escolha pelo Puma

— O Puma já tinha feito um jogo muito bom contra o Atlético-MG e tem treinado muito bem. O critério foi que achei que para o time o Puma é um jogador que eu gosto. Tem características muito importantes. Acho ele um jogador de nível muito alto. É um jogador forte, grande, técnico, que chega bem ao ataque. Dizem as más línguas que é um cara que tem deficiência na marcação. E isso às vezes se confirma, mas é totalmente corrigível. Pelas valências físicas que ele tem e o gosto de jogar futebol, a parte que ele é deficiente é mais fácil de ser corrigida. E esse tem sido meu trabalho com o Puma. Ele fez uma parte defensiva muito interessante, não sofremos. Claro que o Nuno Moreira fez uma partida brilhante na parte tática. Fez o gol e foi o cara que mais se dedicou. Ficou praticamente de auxiliar de lateral, porque era a maneira que tínhamos de travar o Botafogo. O Puma entrou e foi muito bem na marcação e no ataque. Não foi uma aposta, ele tem treinado. Achei que encaixaria melhor para o time neste momento.

Vegetti até o final

— Esse é um olhar que pode acontecer em algum momento (entrar com um jogador mais de contra-ataque), mas o Vegetti é muito importante taticamente. Se você reparar no jogo todo, esse Vasco é um time que sai curto e faz muita bola longa. E ele disputou todas as bolas com os dois zagueiros. E muitas dessas bolas caiu no nosso pé e a gente conseguiu ter posse, promover ataques rápidos. Na marcação é um dos caras que mais se dedica, apesar da idade que ele tem. Se pegar o GPS, se ele não for o que mais correu, sempre é um dos que mais correram. Era cara importante na bola parada e o que ia bater pênalti. Jogo tinha cara de pênalti. Então tinha muita em coisa em jogo para tirar o Vegetti hoje, não era um jogo comum. Obviamente que um jogo ou outro ele pode sair para o ataque ficar mais rápido, não tem nenhum problema. É uma possibilidade, quem pensa assim não está errado. Mas hoje eu achei que ele tinha que ficar no jogo até o final.

Semifinal só em dezembro e Brasileirão

— Eu acho que a ideia do título é possível. Temos 25% de chances de ser campeão, igual todo mundo. O campeonato está aberto. São quatro grandes clubes nessa fase. Não estamos mais na Sul-Americana, temos alguns jogos atrasados de meio de semana, mas o fato de não ter a Copa do Brasil no meio beneficia a gente. Não é determinante, mas teremos mais tempo para trabalhar, focar no Brasileiro e nos esforçar ao máximo para subir na tabela. Quando chegar a Copa do Brasil estarmos bem e ter tempo para preparar para os jogos decisivos.

Robert Renan com Lucas Freitas

— É uma possibilidade jogar com dois canhotos, não vejo problema nisso. Tem que colocar os melhores, futebol para mim não é uma coisa fechada. Eu tomo esse tipo de risco numa boa. Se acontece alguma coisa do lado do Puma, todo mundo ia falar “professor pardal”, “inventor”. Mas sou tranquilo porque olho para dentro e vejo o que é melhor. Não faço uma coisa pensando “se der errado, vão me matar”. Se é melhor para o Vasco, vou fazer. Estou aqui para tomar risco. O Robert Renan a mesma coisa. Pelos treinamentos e a desenvoltura que estava tendo, coloquei ele. E foi um acerto, porque ele entrou muito bem, tomou conta do jogo. É um jogador que às vezes fura o volante, porque não precisa passar por ele para chegar ao ataque. Consegue chegar com qualidade. É um dos melhores jogadores que faz isso no Brasil e talvez no mundo. Um zagueiro que tem qualidade de construção muito fora de série.

Andrés Gómez

— E se eu te perguntar, você deve ter gostado da partida do Rayan. Aí atrás não foi muito natural, mas foi natural o Matheus entrar no lugar do Coutinho, o David, que é um jogador de velocidade, no lugar do Nuno. E seria natural o Andrés no lugar do Rayan. Mas o Rayan é, hoje, um dos jogadores com maior poder de decisão do Brasil. Se não for o que tem mais, está entre os caras que pode mais decidir um jogo. Como quase decidiu no primeiro e no segundo tempo. Por conta da juventude, qualidade, poder de finalização. Ele vive um momento especial. E eu poderia ter colocado ele de centroavante? Sim, mas já expliquei as razões que o Vegetti tinha que permanecer. O Andrés Gómez não é que está aqui há um montão de tempo sem entrar, são dois jogos. Estava mais confortável do jeito que fizemos. Ia mexer na parte tática, ainda não sabemos como ele ia entrar no jogo. Ninguém sabia se o Matheus França entraria bem ou mal. Não sabemos qual nível o Andrés Gómez está. Nos treinos está cada vez melhor. É um jogador que tenho muita confiança que vai ajudar o Vasco também.

Nuno e Lucas Freitas

— O Nuno foi um herói nesse jogo, taticamente, e ainda foi premiado com gol. E o Lucas Freitas, talvez sob o meu comando, fez o melhor jogo dele. Foi muito bem a parte defensiva, muito bem na construção também, pouquíssimos erros do jogo. Partida excelente e foi um dos personagens da classificação.

Fonte: ge 

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