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Ex-jogadores do Vasco, Raniel e Titi tiveram dinheiro desviado do FGTS - Valeseuclick.com
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Ex-jogadores do Vasco, Raniel e Titi tiveram dinheiro desviado do FGTS

PF faz novas buscas em operação contra desvio de FGTS de jogadores de futebol

A Polícia Federal (PF) iniciou na manhã desta quinta-feira (13) a 3ª fase da Operação Fake Agents, no Rio de Janeiro, que investiga saques indevidos do FGTS de treinadores e jogadores de futebol. Em agosto, o RJ2 mostrou que a advogada Joana Costa Prado Oliveira foi acusada, por atletas e dirigentes, de desviar R$ 7 milhões do Fundo.

A TV Globo apurou que os mandados de busca e apreensão desta quinta são funcionários e ex-funcionários da Caixa Econômica Federal suspeitos de participar da fraude. Joana havia sido alvo de buscas na 2ª fase da Fake Agents, em janeiro, e no fim de setembro foi suspensa de exercer a advocacia pelo Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-RJ.

Agentes foram para a casa de 3 bancários, nos bairros da Tijuca, Ramos e Deodoro, e para uma agência da Caixa no Centro do Rio. Segundo a PF, eles mexeram nos benefícios desses profissionais:

  • Cueva: peruano, passou pelo São Paulo e pelo Santos;
  • João Rojas: equatoriano que atuou pelo São Paulo;
  • Ramires: ex-jogador, foi meio-campo da Seleção e do Cruzeiro;
  • Raniel: jogou no Vasco e Santos;
  • Titi: o zagueiro jogou no Vasco e está no Goiás.

Nas investigações surgiram suspeitas de fraudes nos FGTS do comentarista Paulo Roberto Falcão; do treinador Felipão; e dos jogadores Gabriel Jesus, Donatti e Obina.

As investigações indicam que Joana usava esses contatos no banco para facilitar o levantamento irregular dos valores. A PF apura os crimes de falsificação de documento público, estelionato e associação criminosa.

A apuração começou após um banco privado comunicar à Polícia Federal uma suspeita de fraude, e a 1ª etapa foi deflagrada em maio de 2024. “Documentos falsos teriam sido usados para abrir uma conta em nome de um jogador peruano, que acabou usada para receber ilegalmente recursos do FGTS. O prejuízo estimado apenas nesse caso é de R$ 2,2 milhões”, afirmou a PF. Esse atleta é Paolo Guerrero, que atuou no Corinthians, no Flamengo e no Internacional.

A operação é coordenada pela Unidade de Investigações Sensíveis da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários da PF no Rio, com apoio da área de inteligência e segurança da Caixa.

Como era o esquema?

Segundo as investigações da Polícia Federal, a advogada Joana Costa Prado de Oliveira atuava em 2 frentes para desviar valores do FGTS de jogadores, ex-jogadores e treinadores de futebol.

Em alguns casos, ela era advogada de fato dos profissionais, contratada para representar atletas e técnicos em ações trabalhistas contra clubes. Nessas situações, Joana recebia os valores de causas ganhas na Justiça ou de contas de FGTS e não repassava o dinheiro aos clientes, alegando que os pagamentos ainda não haviam sido liberados. O técnico Oswaldo de Oliveira, por exemplo, afirma que a advogada reteve cerca de R$ 3 milhões obtidos em processos contra Corinthians e Fluminense.

Em outros casos, segundo a PF, a advogada utilizava indevidamente dados e documentos de atletas com os quais não tinha relação profissional, abrindo contas bancárias ou realizando saques do FGTS sem autorização das vítimas. Para isso, ela teria contado com o apoio de funcionários da Caixa Econômica Federal, que facilitavam o acesso às agências e aos sistemas internos do banco.

Os investigadores apontam que Joana se aproveitava de sua proximidade com o meio esportivo — ela trabalhou por 12 anos no Botafogo, onde foi diretora jurídica, e integrou o Tribunal de Justiça Desportiva do Rio — para conquistar a confiança de atletas e técnicos e obter procurações que permitiam o acesso a valores devidos. Em alguns casos, há suspeita de que esses documentos tenham sido falsificados.

De acordo com a PF, o esquema movimentou pelo menos R$ 7,7 milhões entre 2022 e 2024. A advogada nega as acusações e afirma que foi vítima de um golpe.

Relembre o caso

Advogada é acusada de golpe por treinador e jogadores

A advogada Joana Costa Prado de Oliveira é investigada pela Polícia Federal por suspeita de aplicar golpes e realizar saques irregulares de FGTS de jogadores, ex-jogadores e treinadores de futebol.

Em agosto, ao RJ2, o técnico Oswaldo de Oliveira acusou a advogada de se apropriar de mais de R$ 3 milhões. Segundo ele, os valores incluíam tanto quantias do Fundo de Garantia quanto pagamentos de ações trabalhistas que ela teria recebido e não repassado.

A PF tem 2 inquéritos principais: um envolvendo Oswaldo e outro o zagueiro Christian Chagas Tarouco, o Titi, que atualmente joga pelo Goiás. Além deles, há indícios de prejuízos sofridos por outros atletas, como o zagueiro Juninho (ex-Botafogo), o peruano Paolo Guerrero, o meia Ramires, o equatoriano João Rojas e o também peruano Cueva.

O montante total sob investigação chega a R$ 7,7 milhões, resultado de saques e transferências supostamente realizados sem autorização entre 2022 e 2024.

Em alguns casos, como o de Titi, as transações foram descobertas pelas vítimas ao tentar acessar o saldo do FGTS. O jogador relatou que os valores foram retirados de suas contas e transferidos para contas ligadas ao escritório da advogada.

Oswaldo de Oliveira, que comandou clubes como Flamengo, Fluminense, Botafogo, Corinthians e Vasco, afirmou que contratou Joana Prado para representá-lo em ações trabalhistas contra o Corinthians e o Fluminense.

Segundo ele, a advogada recebeu R$ 2,3 milhões do clube paulista e R$ 220 mil do carioca, mas não fez o repasse. Documentos apresentados à Justiça mostram que, em novembro de 2024, ela assinou um acordo reconhecendo que “recebeu, reteve e deixou de repassar os valores”, comprometendo-se a devolvê-los — o que, segundo o treinador, não ocorreu.

As investigações também apontam que Joana Prado mantinha relação próxima com o meio esportivo. Ela trabalhou por 12 anos no Botafogo, onde chegou a ser diretora jurídica, e integrou o Tribunal de Justiça Desportiva do Rio. Ela fazia parte da Comissão de Direito Desportivo da OAB-RJ até ser suspensa.

A PF apura se ela teria usado essa posição e o acesso a documentos para obter procurações e realizar saques de forma indevida.

O que diz Joana

“Importante esclarecer que, ao contrário do que possa ser inferido pela associação da matéria ao seu nome, Joana Costa Prado de Oliveira não está sendo investigada pela Polícia Federal neste desdobramento específico, que agora mira bancários suspeitos de envolvimento direto em operações irregulares.

Informa que desde o início, tem colaborado integralmente com as autoridades, fornecendo documentos e esclarecimentos que demonstram sua condição de boa-fé e, ainda, de vítima de fatos noticiados.

Devendo ser ressaltado que foi a própria advogada a denunciante de suposto esquema, a partir de notícia de crime que apresentou no ano de 2022 junto a Polícia Federal do Rio de Janeiro.

Esclarece, ainda, que na denúncia apresentada informou às autoridades que foi contactada pelo empresário paulista do ramo de futebol Fernando Costa de Almeida, através da indicação do advogado Paulo Sérgio Feuz.

Reafirma que confia que as investigações e a Justiça demonstrarão de forma cabal a verdade.”

O que diz a Caixa

“A CAIXA mantém uma equipe técnica altamente qualificada, dedicada à identificação e mitigação de vulnerabilidades, além de promover melhorias contínuas em seus mecanismos de segurança, com foco na prevenção de fraudes e na proteção dos dados dos clientes.

O banco reforça que atua em parceria com a Polícia Federal e demais órgãos de controle na investigação e repressão a fraudes. Todos os casos identificados são tratados com rigor, e os valores movimentados indevidamente são integralmente restituídos aos clientes.

A instituição mantém canais oficiais de denúncia e orientação, como o portal www.caixa.gov.br/seguranca.”

Fonte: ge 

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