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Patrocínio, Maracanã… Veja os planos do Vasco na área comercial e o que já foi feito



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Em outubro de 2022, Caetano Marcelino trocou o Flamengo pelo Vasco. O projeto de recuperação do clube com a SAF, que passa muito pela valorização da marca, fez com que o diretor comercial aceitasse o desafio da 777 Partners. Nos seis últimos meses, o trabalho tem sido dentro do escritório.

Isso porque a primeira necessidade no Vasco foi a de organizar os processos. Em um modelo associativo, praticamente toda decisão tomada em termos comerciais e de marketing visava o momento. Se antes a pergunta era “o que é melhor para essa gestão?”, a questão passou a ser “o que é melhor para o negócio?”. São tempos de organizar a casinha.

– Estamos trocando o pneu com o carro andando – resumiu Caetano em papo informal com o ge na última semana.

Quem é Caetano Marcelino?

O diretor comercial da SAF do Vasco é formado em Gestão Esportiva pela UniverCidade e pós-graduado em Gestão de Negócios pelo Ibmec. Com vários cursos na área de marketing e negócios do esporte, Caetano teve experiências fora do Brasil até se tornar produtor de eventos na CBV (Confederação Brasileira de Voleibol) em 2005.

Entre 2011 e 2013, foi gerente geral do RJX, time campeão da Superliga Masculina de Vôlei em 2013. No clube, gerenciou a produção e operação de todos os eventos e partidas no Rio de Janeiro. Em setembro de 2013, assumiu o cargo de diretor de operações de eventos da AEG, uma das empresas que geriam o Consórcio Maracanã. Em 2015, passou a cuidar das áreas comercial, marketing e do Maracanã Tour. Entre as funções estava negociar patrocínios para o estádio.

Depois de três anos na Prudential do Brasil, Caetano aceitou convite do Flamengo em outubro de 2019 para ser o gerente de direitos esportivos do clube rubro-negro. No ano passado, foi contratado pela SAF do Vasco para gerir o departamento comercial na nova era do clube.

Caetano Marcelino, diretor comercial do Vasco — Foto: Daniel Ramalho/Vasco

Caetano Marcelino, diretor comercial do Vasco — Foto: Daniel Ramalho/Vasco

Muito trabalho, pouca entrevista

 

Caetano não é muito de falar. Na verdade, o diretor ainda não concedeu entrevistas desde que chegou ao Vasco. Muito porque o trabalho nesse momento é mais de dentro pra fora.

– Sabemos que a partir do momento que o escritório funcionar bem, para fora tudo vai funcionar.

O CRO (Chief Revenue Officer – “diretor de receita” na tradução livre) tem como objetivo maximizar as oportunidades de geração de receita. Isso passa muito pelo o que acontece dentro de campo, mas por enquanto a equipe de Caetano tem preparado o terreno para os acordos comerciais: “Acho que vamos entregar esses acordos em pouco tempo”, confia ele.

O trabalho de escritório passa por liderar uma equipe com cerca de 25 funcionários – o departamento comercial inclui as áreas de marketing e sócio-torcedor, por exemplo. Na rotina estão reuniões frequentes com a 777 Partners e os diretores dos outros clubes pertencentes à empresa. A troca é muito boa, e o Vasco costuma ser referência também para os outros times. Por exemplo, a gestão de mídias sociais e o engajamento são exemplos positivos.

– Eles acham isso aqui uma loucura, a paixão do torcedor é visceral. Eles têm a certeza que a marca pode crescer muito mais – afirmou o diretor comercial.


O campo dita o ritmo dos negócios

Os resultados do departamento comercial dependem muito do futebol. E essa é a principal mudança de chave no Vasco com a SAF. O investimento de quase R$ 110 milhões no elenco e a perspectiva de um time competitivo a partir desta temporada já geraram respostas positivas do mercado. A primeira foi a renovação do patrocínio master com a Pixbet por um valor muito acima.

– Não foi muito bom, foi muito muito muito bom. Já foi o mercado entendendo que a marca Vasco da Gama seria melhor gerida com o investimento que teria – pontuou Caetano.

O Vasco chegou a receber outras propostas para o principal espaço da camisa e acredita que em pouco tempo vai atrair mais parceiros. Outra ação imediata do departamento foi a pré-temporada nos Estados Unidos – em uma semana na Flórida, em janeiro, o time enfrentou o River Plate e o Inter de Miami (de David Beckham). Em termos comerciais, a viagem foi considerada um sucesso: “A gente está ofertando, e o mercado está reagindo”.

Além disso, o departamento é uma das peças que faz os jogos acontecerem, com ações de marketing e relacionamento com o torcedor e patrocinadores. Uma das necessidades mais urgentes é a melhoria dos serviços prestados, principalmente em São Januário. Isso está na agenda.

– A gente está melhorando essa prestação de serviços e dedicamos mais gente para a operação. O torcedor vai ter a percepção que o serviço está cada vez melhor. Vamos trocar a operação de bares, trocamos a tiqueteira, o nosso sócio-torcedor vai melhor muito – garantiu o CRO.

Trunfo do Vasco para o Maracanã

 

Maracanã é foco estratégico da 777 no Vasco — Foto: Foto: Delmiro Junior/Photo Premium/Folhapress

Maracanã é foco estratégico da 777 no Vasco — Foto: Foto: Delmiro Junior/Photo Premium/Folhapress

O período como diretor do Maracanã faz com que Caetano conheça os números e o potencial do equipamento – ele acredita que tem espaço para potencializar as receitas. Mas, para que o diretor se torne de fato um trunfo para o Vasco na administração do estádio, o clube aguarda o andamento do processo licitatório, que não tem data para acontecer. No fim de abril, termina o contrato de permissão temporária para Flamengo e Fluminense.

– Nossa intenção é dar acesso a todos e não só no futebol, mas também a esportes olímpicos no Maracanãzinho. O americano é exemplo em gestão de estádio e de arena – destacou Caetano.

A 777 Partners e o Vasco firmaram sociedade com a W. Torre e a Legends para entrar na licitação – essa parceria é obra do departamento comercial. As empresas são referência na operação e gestão de grandes arenas.

Flamengo e Fluminense administram o Maracanã em conjunto desde o fim de 2019. O Governo do Estado do Rio já praticou seis renovações, com outorga em valores inferiores à futura licitação. O Vasco também tem interesse na cessão temporária, caso a licitação não aconteça antes. Desde que comprou a SAF, a 777 formalizou mais de uma vez o interesse no estádio.

Fonte: GE