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Como reforma do CT do Vasco passou de prioridade da 777 à chance de troca do local de treino

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Antes prioridade da 777 Partners, a reforma e ampliação do centro de treinamentos Moacyr Barbosa não tem data para ser colocada em prática pela empresa americana. Isso porque o Vasco esbarra na regularização do terreno na Cidade de Deus e estuda, inclusive, a busca por outro CT caso não consiga uma solução junto à Prefeitura do Rio.

– É um terreno municipal, onde a prefeitura passou à associação dentro de algumas regras. Existe uma série de problemas de transferência de propriedade. A gente tem conversado bastante com a prefeitura nesse sentido. Eu não posso fazer um investimento grande no CT sem ter a total propriedade desse terreno – destacou o CEO Luiz Mello na última quarta-feira.

CT do Vasco fica em terreno cedido pela Prefeitura do Rio — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

CT do Vasco fica em terreno cedido pela Prefeitura do Rio — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Prioridade da 777

Ainda na negociação para aquisição da SAF do Vasco, o grupo americano colocou no topo do planejamento as melhorias no CT Moacyr Barbosa. O plano era destinar uma parte dos recursos para a modernização e ampliação do local de treinos. O investimento na estrutura é compreendido como uma das bases para a melhora da performance dentro de campo.

– Adorei tudo o que vi no CT e como o Vasco está construindo seu futuro. Gostei muito das instalações, dos campos, da academia e vamos aproveitar a visita para começar a ampliação em termos de campos e novos prédios. Fiquei realmente impressionado – disse Josh Wander, dono da 777, em visita ao clube em março do ano passado, ainda no início das tratativas para compra da SAF.

Em setembro, após a aprovação da venda da SAF pelos sócios, Josh voltou ao Rio de Janeiro e ao centro de treinamentos. Na ocasião, o Vasco comunicou que os executivos da 777 e dirigentes do clube se reuniram “para tratar das futuras melhorias que serão feitas no CT Moacyr Barbosa”. O vereador Alexandre Isquierdo, que esteve à frente das tratativas entre clube e prefeitura, também participou da discussão.

Jorge Salgado, Josh Wander e Juan Arciniegas em visita ao CT do Vasco — Foto: Daniel Ramalho/Vasco

Jorge Salgado, Josh Wander e Juan Arciniegas em visita ao CT do Vasco — Foto: Daniel Ramalho/Vasco

Melhorias tímidas

Não é que a 777 não tenha investido no CT. Pelo contrário, ao fim da Série B no ano passado, a SAF realizou melhorias na estrutura do centro de treinamentos. Mas as obras estão longe do que foi falado.

O estacionamento de funcionários e visitantes, que antes era de terra batida, agora é todo calçado. Os campos também passaram por melhorias e há planejamento de ampliação do gramado. A academia ganhou mais espaço, e o Departamento de Saúde e Performance recebeu novos equipamentos.

Hoje, o CT Moacyr Barbosa conta com dois campos, vestiário, academia, refeitório, departamento médico e parte administrativa – isso ocupa nem metade do terreno que mede 70m² na Cidade de Deus. O clube antes da 777 tinha como planejamento a construção de mais quatro campos, um mini estádio com capacidade para 2 mil pessoas e um hotel/alojamento.

– A gente vem conversando para ter a segurança jurídica necessária e fazer esse primeiro investimento dentro do CT profissional – pontuou Luiz Mello.

O que é necessário para o investimento?

 

Quando o CEO fala que precisa de uma segurança jurídica da Prefeitura do Rio de Janeiro é porque o terreno onde fica localizado o CT do Vasco foi cedido pelo Governo Municipal.

Josh Wander em visita ao CT do Vasco no ano passado — Foto: Daniel Ramalho / CRVG

Josh Wander em visita ao CT do Vasco no ano passado — Foto: Daniel Ramalho / CRVG

Josh Wander em visita ao CT do Vasco no ano passado — Foto: Daniel Ramalho / CRVG

A SAF entende que o terreno pode ser retirado do clube a qualquer momento e, desta forma, a 777 não vê viabilidade em investir uma alta quantia na reforma e ampliação. A conversa com a prefeitura é para que o Vasco obtenha toda a documentação necessária que lhe garanta a propriedade do local.

– Estamos conversando, mas não é simples. Tentamos buscar o equilíbrio. Como é que vou chegar na prefeitura e dizer “ou você me dá essa resposta até amanhã e faço todo investimento ou vou sair?” – questionou o CEO da SAF do Vasco.

Chance de mudança

 

As conversas com a prefeitura seguem, e o departamento jurídico do Vasco quer esgotar todas as possibilidades antes de desistir de vez do investimento no CT Moacyr Barbosa. Mas a chance de mudar o local de treinamentos é real.

A localização do atual espaço, na Cidade de Deus, também preocupa a 777, já que há operações frequentes na comunidade, o que coloca em risco a segurança dos funcionários do clube.

Caso não consiga resolver a situação junto ao Poder Executivo, a ideia é comprar outro terreno, também na zona oeste do Rio de Janeiro, e formar um novo CT.

– Primeiro vamos tentar esgotar com a prefeitura. Se for o caso, vamos buscar outro terreno – revelou Luiz Mello.

CT da base

 

É responsabilidade da 777 Partners reformar não só o CT Moacyr Barbosa, utilizado pelo elenco profissional, mas também o CT da base, em Duque de Caxias. Nesse caso, o Vasco também esbarra em dificuldades com o terreno, que é cedido pelo Governo Federal.

CT da base do Vasco em Duque de Caxias — Foto: Prefeitura de Duque de Caxias

CT da base do Vasco em Duque de Caxias — Foto: Prefeitura de Duque de Caxias

Neste ano, quando o Vasco foi a Brasília enfrentar o Nova Iguaçu, pelo Campeonato Carioca, dirigentes da SAF se reuniram com representantes da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) para discutir o CT da Base Forte. Uma das possibilidades estudadas pelo clube é a compra do terreno, que nesse caso se enquadra no perfil de uma “cessão onerosa”.

– O CT da base é mais complexo, porque ele é uma propriedade federal. É um terreno que incialmente era todo do Vasco, mas depois tivemos algumas aquisições por parte de outros entes municipais. A gente tem interesse. O CT é muito bem localizado, está a 15, 20 minutos de São Januário. Agregamos jogadores de uma área carente. Mas, novamente, não temos a segurança jurídica para fazer investimentos sem a certeza de que esse terreno será nosso – concluiu Luiz Mello.

As conversas com prefeitura e Governo Federal prometem se estender. Enquanto isso, a promessa por uma ampla reforma em estrutura para o time profissional e para a base não sairá do papel.

Fonte: Ge