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Caderno com frases sobre morte ajudaram polícia a identificar irmão mais velho como assassino de criança, em SP

Foi um caderno que ajudou a Polícia Civil de São Paulo a elucidar o caso do menino de 7 anos assassinado pelo irmão mais velho, Guilherme Alcântara, de 19 anos, nesta terça-feira. No dia seguinte, os investigadores vistoriaram a residência da vítima, que estava desaparecida, e se depararam com a evidência. Nas páginas do caderno, frases falavam de morte, assassinato e sangue, reforçando a hipótese que algum familiar teria relação com o sumiço da criança.

Após a descoberta do item, as buscas se centraram no quarto de Guilherme Alcântara, onde o corpo do irmão foi encontrado esquartejado. Guilherme foi preso. Segundo a polícia, o jovem cometeu o crime sozinho. Investigadores disseram que o criminoso não demonstrou remorso durante o depoimento, e teria aproveitado que estava apenas com o menino em casa para matá-lo.

Ao GLOBO, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP) informou que policiais civis do 100º Distrito Policial prenderam o jovem. Ele foi autuado por homicídio, e a conversão da prisão em flagrante para preventiva foi solicitada. Além disso, objetos relacionados ao crime também foram apreendidos e encaminhados para perícia.

De acordo com informações do boletim de ocorrência, ele teria escondido algumas partes do corpo debaixo da cama, e outras em um armário. Também foi Guilherme o responsável por limpar o quarto após cometer o crime.

Entenda o caso

Mãe da vítima, Juliana de França contou à “Record TV” que costumava sair de casa pela manhã para trabalhar, momento em que o filho mais novo, que tinha transtorno do espectro autista (TEA), ficava sob os cuidados do irmão. O pai, que trabalhava durante a noite como vigilante, chegava no local pouco depois. Na terça-feira, então, quando retornou e não achou o caçula, ele iniciou as buscas.

Em um primeiro momento, ligou para a esposa e perguntou se a criança tinha ido com ela para o trabalho. Juliana respondeu que o menino chegou a pedir por isso, mas que havia ficado em casa. Então, ele questionou o filho mais velho. Guilherme contou que estava dormindo e que não tinha notícias do irmão. A polícia foi acionada e, na quarta-feira, oficiais realizaram a busca na residência da família.

Já no local, os agentes encontraram partes do corpo de Caio em um saco de lixo embaixo da cama de Guilherme. A outra parte estava dentro do armário. Segundo vizinhos, o irmão mais velho usa medicação controlada para doenças psicológicas e, em 2019, já teria planejado fazer um massacre em uma escola da região.

Fonte: O GLOBO